Trocando de método contraceptivo: um guia prático
De acordo com a Política Editorial da NC°
Na Natural Cycles, nossa missão é empoderar você com o conhecimento necessário para assumir o controle da sua saúde. No Cycle Matters, criamos conteúdo com fatos verificados e escrito por especialistas, que aborda esses tópicos de forma acolhedora e acessível. Leia mais...
Principais conclusões
- Na hora de trocar de método contraceptivo, leve em conta fatores como a taxa de efetividade e a compatibilidade do novo método com o seu dia a dia.
- Ao mudar de método contraceptivo, é melhor garantir uma transição sem interrupções — alguns métodos exigem inclusive que sejam usados métodos complementares por um tempo para evitar riscos de gravidez.
- É possível que você experimente alguns efeitos colaterais ao mudar de método contraceptivo, mas para muitas pessoas esses sintomas tendem a desaparecer com o tempo, conforme o corpo se adapta.
Ao longo dos nossos anos férteis, é natural experimentar diferentes métodos contraceptivos. Isso pode acontecer por vários motivos, como a indisponibilidade de opções adequadas ou porque as nossas necessidades mudam com o tempo. Trocar de método contraceptivo exige atenção, e neste artigo, vamos falar sobre como fazer a transição de forma adequada, os aspectos que precisam ser avaliados previamente e os possíveis efeitos colaterais.
Primeiros passos antes de mudar de método contraceptivo
Encontrar o método contraceptivo certo nem sempre é fácil. Ao escolher um novo método, é necessário levar em conta a efetividade, os efeitos colaterais potenciais, como ele se adapta ao seu dia a dia e quaisquer preocupações de saúde que possam surgir. Por exemplo, algumas pessoas não devem usar métodos contraceptivos que contenham estrogênio.
É sempre importante consultar um profissional de saúde antes de tomar decisões sobre a sua saúde reprodutiva. Essa deve ser uma conversa honesta, para refletir sobre as suas preferências e escolher a opção que melhor serve para você.
Sugerimos que você faça uma pesquisa prévia para que possa chegar à consulta com perguntas específicas para o profissional. Abaixo, listamos alguns pontos que você pode considerar. É válido conversar com o seu parceiro sobre a mudança, mas a decisão final é sempre sua.
Por que trocar de método contraceptivo?
Existem muitos motivos diferentes que levam à troca de um método contraceptivo. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, por isso é possível que seja necessário testar até encontrar o método contraceptivo que melhor se ajuste a você. Esses são alguns dos aspectos que podem fazer você repensar o método que está utilizando:
- Efeitos colaterais: o uso de contraceptivos hormonais pode causar efeitos colaterais como acne, queda no desejo sexual, sensibilidade nas mamas, flutuações de humor e dores de cabeça.
- O contraceptivo não se adequa à sua rotina: métodos contraceptivos como a pílula anticoncepcional exigem disciplina para serem tomados à mesma hora todos os dias. A efetividade da pílula pode ser comprometida se você deixar de tomá-la em alguns dias. Se você costuma esquecer ou se ela não se encaixa na sua rotina, pode ser hora de cogitar um método alternativo.
- Padrões de sangramento alterados: o uso de contraceptivos hormonais tende a interromper a menstruação, mas pode haver sangramento de privação, especialmente durante a semana do placebo, caso você esteja tomando a pílula. Dependendo do método escolhido, é normal observar sangramentos irregulares, escapes ou até a ausência total de sangramento. Mesmo com métodos não hormonais, como o DIU de cobre, é possível observar alterações no sangramento, como fluxos menstruais mais intensos e escapes ao longo do ciclo.
- Necessidades diferentes: à medida que a nossa vida muda, as nossas necessidades em relação à contracepção também podem mudar. Algumas pessoas podem optar por trocar de um método hormonal para um não hormonal por um período, antes de começarem a planejar uma gravidez. Outras podem preferir métodos de longa duração, como o DIU, que oferecem proteção por vários anos, diferente das opções temporárias, como a pílula ou o adesivo.
- Questões de saúde: se você tiver algum problema de saúde, isso pode influenciar a escolha do método que você utilizará. Por exemplo, se você tem histórico de enxaqueca, hipertensão ou tendência a formar coágulos sanguíneos, é aconselhável escolher contraceptivos sem estrogênio. Em situações específicas, como a endometriose, o uso de contraceptivos hormonais pode ser recomendado para ajudar a tratar o problema.
Como trocar de contraceptivo com segurança?
Se houver um intervalo entre dois métodos contraceptivos, pode haver risco de gravidez. Por isso, ao mudar de método, é essencial fazer essa transição da maneira certa. Às vezes, pode ser necessário usar dois métodos contraceptivos ao mesmo tempo por um curto período. Em outras situações, pode ser indicado usar um método de apoio, como a camisinha, na primeira semana da troca.
A seguir, vamos falar sobre como realizar a transição entre os métodos contraceptivos. Mas lembre-se: busque orientações médicas para tirar dúvidas e garantir uma transição tranquila [1].
Vale lembrar que a camisinha é o único método que também protege contra infecções sexualmente transmissíveis. Então, dependendo do seu caso, pode ser interessante continuar usando esse método de barreira durante e depois do período de transição.
Posso trocar o método contraceptivo de uma vez?
Depende. Dependendo do método, pode ser necessário usar ambos durante a transição, mas em outros casos, a mudança pode ser feita diretamente, sem sobreposição. Vamos ver como funcionam determinados métodos contraceptivos e como fazer a transição para novos métodos.
Quais métodos contraceptivos exigem um período de transição com o método anterior?
Na hora de trocar de método contraceptivo hormonal, como adesivo, anel ou implante, é importante ter um período de sobreposição com o novo método para garantir que você não fique desprotegida durante a transição. Isso significa que você usará os dois métodos ao mesmo tempo por um curto período de tempo.
A duração dessa sobreposição depende dos dois métodos, mas geralmente podemos pensar em períodos que vão de poucos dias a uma semana.
Talvez você esteja se perguntando por que precisa usar dois métodos ao mesmo tempo, já que ambos contêm hormônios. Cada método contraceptivo possui uma dosagem e composição hormonal específicas, e normalmente é necessário aguardar alguns dias para que os níveis hormonais do novo método se ajustem, o que impede que a proteção seja imediata. Usar o método antigo por mais alguns dias garante que você ainda esteja protegida enquanto o novo método começa a funcionar.
Para garantir que a troca seja feita corretamente, você precisa levar em conta o tempo de ação do método contraceptivo atual, para começar o novo método antes que o anterior deixe de funcionar. Métodos como o DIU hormonal ou o implante anticoncepcional duram anos e precisam ser colocados por um profissional de saúde. Por isso, é importante se planejar com antecedência para não ficar sem proteção.
Seja qual for o método contraceptivo que você está adotando (ou deixando para trás), é importante buscar orientação médica para entender o que se aplica à sua situação e garantir uma transição tranquila e segura.
Quais métodos contraceptivos permitem que eu mude de uma vez?
Em certos casos, é possível trocar o método contraceptivo de imediato, sem precisar usar os dois métodos ao mesmo tempo. Isso se aplica especialmente quando você decide usar o DIU de cobre, um método contraceptivo de longa duração colocado no útero.
O DIU de cobre começa a funcionar assim que é inserido. Por isso, ele também pode ser usado como contraceptivo de emergência. Por isso, quando você troca para o DIU de cobre, geralmente não é necessário usar os dois métodos ao mesmo tempo. No entanto, como é necessário marcar uma consulta para colocar o DIU, é importante conversar com o seu médico com antecedência para planejar a interrupção do método anterior.
Uma mudança de método contraceptivo que não exige sobreposição é a transição de uma pílula anticoncepcional para outra, já que o uso simultâneo de duas pílulas não é recomendado. O ideal é não fazer um intervalo entre as cartelas, e não é necessário terminar o pacote anterior nem tomar as pílulas placebo. Você pode começar a tomar a primeira pílula da nova cartela no dia seguinte à última pílula ativa da cartela anterior.
Ainda assim, vale a pena buscar orientação profissional para saber se você precisará usar um método extra, como o preservativo, nos primeiros dias após trocar de pílula, ou se já estará protegida desde o início. Isso vai depender se você está trocando entre duas pílulas combinadas, entre duas minipílulas, ou passando de uma combinada para uma minipílula — ou vice-versa.
Devo usar um método de backup ao trocar de contraceptivo?
Método de backup é o nome dado a uma proteção adicional, geralmente um método de barreira como o preservativo ou o diafragma, que pode ser usado temporariamente até que o novo anticoncepcional ofereça proteção total. Quando for conversar com o seu médico sobre a troca de método contraceptivo, pergunte se ele recomenda usar um método extra de proteção e por quanto tempo.
Essa proteção extra é importante quando não é possível usar os dois métodos ao mesmo tempo durante a troca. Um bom exemplo é quando você muda do DIU de cobre para o hormonal. Como o DIU hormonal só pode ser colocado depois da retirada do de cobre, não há como manter os dois ao mesmo tempo durante a transição.
Caso você acabe fazendo uma pausa entre os métodos contraceptivos, é fundamental evitar relações sexuais ou utilizar outro tipo de proteção, como a camisinha, até que o novo método comece a fazer efeito.
O que esperar ao fazer a troca entre contraceptivos hormonais?
Agora que já falamos sobre o processo de troca dos contraceptivos, vamos analisar as opções à sua disposição. Quando o assunto é contracepção hormonal, vale a pena considerar alguns aspectos antes de decidir o que funciona melhor para você, como o tipo de hormônio que contém e por quanto tempo o método dura.
Opção por contraceptivos combinados: pílula, adesivo ou anel vaginal
Os métodos contraceptivos combinados são chamados assim porque contêm dois tipos de hormônios sintéticos: estrogênio e progesterona. Esses hormônios trabalham juntos para evitar a gravidez de três formas: impedem a ovulação, deixam o muco cervical mais grosso, o que dificulta a sobrevivência dos espermatozoides, e afinam o endométrio, dificultando a implantação do óvulo fecundado.
Antes de começar a usar qualquer um desses métodos, busque orientação médica para planejar a transição do seu contraceptivo anterior. No início, pode ser necessário usar os dois métodos ou usar um método de backup. Depois que estiver com a receita em mãos e pronta para começar a usar o seu novo contraceptivo, veja o que você pode esperar.
- Pílula anticoncepcional combinada: para que o método seja efetivo, é importante tomar a pílula todos os dias, sempre no mesmo horário. A maioria das cartelas de pílula tem três semanas de pílulas com hormônios e uma semana com pílulas sem hormônio — as famosas “pílulas de açúcar”. É nesse período que pode acontecer um sangramento chamado sangramento de privação.
- Adesivo anticoncepcional: o adesivo anticoncepcional é semelhante a um curativo. Ele é aplicado na pele e vai liberando gradativamente uma dose de hormônios. O adesivo deve ser trocado uma vez por semana, sempre no mesmo dia. De maneira parecida com a pílula, você usa o adesivo por três semanas seguidas, depois faz uma pausa de uma semana, quando pode ocorrer o sangramento de privação.
- Anel anticoncepcional: comumente chamado de NuvaRing, uma marca popular, o anel anticoncepcional é feito de silicone e é colocado dentro da vagina. A maioria dos anéis são utilizados por três semanas (21 dias) e, depois, é feita uma pausa de uma semana antes de trocar por um novo.
Opção por contraceptivos apenas com progestina: minipílula, injeção, implante e DIU
Alguns métodos hormonais apenas com progesterona sintética, chamada de progestina, podem ser uma ótima opção para quem não pode usar contraceptivos com estrogênio. A minipílula, a injeção anticoncepcional, o DIU hormonal e o implante anticoncepcional são exemplos de métodos que contêm exclusivamente progesterona. Assim como os contraceptivos combinados, os métodos que contêm apenas progesterona agem de forma semelhante, espessando o muco cervical e afinando o revestimento interno do útero. Esses métodos costumam impedir a ovulação, mas algumas pessoas ainda podem ovular usando esses métodos com apenas progestina, como a minipílula.
Se você deseja usar um método só com progesterona, é fundamental conversar com o seu médico antes e planejar a troca de forma segura, talvez usando outro método ou preservativo como proteção complementar temporária. Lembre-se de que a injeção, o DIU e o implante precisam ser aplicados ou colocados por um profissional de saúde. Por isso, você precisará marcar uma consulta antes.
- Minipílula: a minipílula precisa ser tomada todos os dias no mesmo horário. Diferente das pílulas combinadas, a maioria das minipílulas não tem pílulas de placebo, então você toma as pílulas ativas sem pausas. Isso significa que você pode não ter nenhum sangramento ao tomar a minipílula, mas algumas pessoas ainda podem observar sangramentos irregulares ou escapes.
- Injeção anticoncepcional: a injeção anticoncepcional é aplicada por um profissional de saúde no braço, na coxa, nas nádegas ou na barriga. Dependendo da marca, a injeção pode fazer efeito por até 13 semanas antes de ser necessário tomar a próxima dose. Durante o primeiro ano, é comum ocorrerem sangramentos irregulares, mas isso tende a cessar após esse tempo [2].
- Implante anticoncepcional: o implante é uma pequena cápsula de plástico que libera hormônios e é colocada na parte superior do braço. O implante pode permanecer no corpo por até cinco anos, dependendo da marca, e a maioria das pessoas não percebe a sua presença após a inserção. Assim como acontece com a injeção, é comum observar sangramentos irregulares durante o primeiro ano de uso [3].
- DIU hormonal: o DIU hormonal é um contraceptivo de longa duração. Trata-se de um dispositivo pequeno, em forma de T, que é colocado no útero e libera uma quantidade contínua e reduzida de hormônios. Dependendo da marca, o DIU pode permanecer no seu corpo entre 3 e 8 anos. Sangramentos irregulares ou escapes são comuns no começo, mas geralmente diminuem com o tempo [3].
Possíveis efeitos colaterais a serem observados
Os efeitos colaterais dos contraceptivos hormonais podem variar conforme o método. Por exemplo, se você tiver problemas com pílulas com estrogênio, o médico poderá receitar minipílulas ou pílulas apenas com progestina, que contêm apenas progesterona sintética. Seja qual for a sua escolha, é comum observar sangramentos irregulares. Você também poderá observar:
- Sensibilidade nas mamas
- Acne
- Ausência de menstruação
- Libido baixa
- Irritação
- Dor de cabeça
- Ganho de peso
- Diferentes níveis de secreção vaginal
- Sangramentos irregulares ou escapes
Esses efeitos colaterais tendem a desaparecer após alguns meses, conforme o seu corpo se adapta aos hormônios [4]. Mesmo assim, caso você tenha qualquer dúvida, é importante consultar um profissional de saúde.
Opção pelo Natural Cycles
Antes de começar a usar o Natural Cycles, é importante considerar qual método contraceptivo você está usando agora; em alguns casos, dá para fazer a transição imediatamente, em outros, é preciso esperar um pouquinho [5].
- Se o seu método atual for não hormonal, como preservativos ou percepção de fertilidade, você já pode começar a usar o Natural Cycles agora mesmo.
- Para quem usa pílulas anticoncepcionais, o ideal é finalizar todas as pílulas ativas da cartela e, assim que as pílulas acabarem, você poderá começar a usar o Natural Cycles no outro dia.
- Se você usa DIU hormonal ou implante, poderá começar a usar o Natural Cycles já no dia seguinte à remoção deles. O mesmo vale para adesivos anticoncepcionais e NuvaRing (o anel vaginal).
- Se você está utilizando a injeção anticoncepcional, o ideal é iniciar o uso do Natural Cycles quando o efeito da injeção cessar, o que acontece entre 8 e 13 semanas, dependendo do tipo da injeção.
- O DIU de cobre pode ser usado ao mesmo tempo que o Natural Cycles, já que ele não libera hormônios. Porém, se preferir adotar o Natural Cycles como o seu principal método contraceptivo, você poderá optar por retirar o DIU.
Uso de métodos não hormonais com o Natural Cycles
Esperamos que este conteúdo tenha ajudado você a entender melhor como trocar o seu método contraceptivo. Na Natural Cycles, defendemos a liberdade de escolha e queremos que você tenha o conhecimento necessário para tomar decisões conscientes sobre a sua saúde reprodutiva. O Natural Cycles monitora a sua temperatura corporal e usa um algoritmo para identificar a sua janela fértil, ajudando a prevenir a gravidez sem o uso de hormônios sintéticos. Se você está considerando trocar o seu método contraceptivo, que tal experimentar o Natural Cycles e descobrir se ele é a opção certa para você?